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sábado, 11 de junho de 2011

Considerações sobre Vida e Morte(ou pensamentos mórbidos dentro do ônibus)



Ontem ao voltar de um evento de poesias, sentado no ônibus, comecei a pensar sobre quando morresse quantas pessoas iriam ao meu enterro (de vez em quando tenho esses pensamentos meio mórbidos), eu me lembrava do enterro de minha avó, a quantidade de pessoas lá existentes e da reação das pessoas. O enterro da minha avó me veio â cabeça justamente por ter sido o único enterro que fui em toda minha vida.
E o motivo pra isso é bem simples, eu particularmente não gosto muito do clima de cemitérios em enterros, todo aquele ambiente de dor, saudades, falta, em alguns o desespero, tudo isso me aflige grandemente, (se pudesse faltaria ao meu próprio enterro, por motivos óbvios), só fui ao enterro da minha avó por que ela foi, e continua sendo mesmo depois de morta, uma pessoa muito importante pra mim.
É impossível – pelo menos pra mim – pensar na morte sem ver a outra ponta da corda, a vida. E creio que assim como eu muitas pessoas não iriam ao enterro de pessoas que não que não fossem muito especiais a ela, e assim voltamos ao começo das minhas divagações: e se todos os meus “amigos, conhecidos e parentes pensassem como eu quantas pessoas acompanhariam meu enterro?
Rapidamente meu pensamento tomou outro rumo e comecei a divagar sobre a trajetória da minha vida até aqui. Conheço inúmeras pessoas, sou cumprimentado o tempo todo por onde ando, as pessoas sorriem pra mim e eu por ser naturalmente sociável retribuo (ainda que não me lembre quem é o que por sinal acontece muitas vezes) tenho muitos conhecidos vários colegas alguns amigos, contudo será que marquei de alguma forma todas essas pessoas, e ainda que tenha marcado será que foi positivamente?
Enquanto escrevo vários rostos me vêm à cabeça, todas pessoas que me marcaram, positiva ou negativamente, algumas se pudesse não sairia de perto, já outras gostaria de esquecer, um terceiro grupo gostaria de jamais ter conhecido e provavelmente não iria aos seus enterros.
Ao fazer esta retrospectiva lembro que no meio do meu caos interior, onde no auge da minha frustração comigo mesmo, com as coisas ao meu redor, com outras pessoas, com a minha realidade, com o Divino e o terreno, quantas vezes a morte me pareceu uma solução não apenas útil, como digna e por que não dizer poética, simplesmente dormir para não mais acordar, deixando toda a dor e frustração dessa vida caótica para trás. Deixando de lado considerações metafísicas sobre a existência ou não de uma realidade superior ao mundo material que vivemos – isso pode ser tema de um outro papo – agora que não estou mais no olho do furacão e posso pensar calmamente vejo que desejar morrer apenas para escapar dos próprios conflitos interiores é de uma covardia atroz. E olhando sob este ponto de vista a morte perde toda a sua dignidade poética e se reveste do manto da ignomínia daquele que foi incapaz de aprender com os próprios erros.
Viver é sempre uma aposta, um desafio que vai além da simples existência e compete a nós decidirmos se vamos ser meros espectadores nesse grande palco que a vida nos proporciona, ou se vamos fazer nossa existência valer à pena, marcar as pessoas positivamente e deixar mais que pegadas no chão atrás de nós, dependem de nós o tamanho e a qualidade do nosso legado.

4 comentários:

  1. Meu querido Arcanjo!

    Nascimento, Vida e Morte faz parte da nossa trajetória.... o importante é não é a impressão que causamos nas pessoas e sim, o que deixamos para humanidade... e isso vc já faz!
    Portanto,o Maracanã inteiro estará no seu...rsrs
    Viva a Vida que terá uma caminhada linda pela frente.

    Beijos meus

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  2. Hauhauhauhauah minha Estrela de Luz lilás como sempre gentil demais comigo... obrigado pelo carinho...

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  3. Olá Arcanjo!

    Não podemos passar despercebidos nessa caminhada existencial. Se estamos aqui temos de dar o melhor de nós e fazermos com o que o nosso próximo também perceba o quanto são importantes em nossa vida.

    Um grande abraço

    Deus seja contigo

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  4. Wilson obrigado por sua visita, viver não é a coisa mais simples do mundo, contudo podemos ser bem mais do que pensamos na vida do outro, mas o que realmente importa é saber que precisamos dar nosso melhor por nós mesmos. Se estivermos bem conosco mesmo com certeza seremos pessoas melhores também para aqueles que estão ao nosso redor.

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