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domingo, 9 de janeiro de 2011

Desejo, Necessidade e Vontade...


Certa vez Blaise Pascal, físico e filósofo do século XVII afirmou categoricamente: “O coração tem razões que a própria Razão desconhece”. E a cada dia essa afirmação se prova verdadeira.
Não existe nada mais irracional do que os sentimentos, ou como os antigos filósofos diziam, as paixões dos nossos sentidos. Fico impressionado e desconfiado diante de pessoas que tratam (ou afirmam tratar) os sentimentos de forma racional e lógica.
Se for realmente possível compreender de forma racional e lógica questões como essa, onde está a lógica de uma pessoa que algumas vezes nem conhecemos bem se tornarem tão importantes pra nós que vira quase que uma necessidade a termos por perto? O que existe de racional nisso?
Onde está a lógica e a racionalidade em duas pessoas muitas das vezes completamente opostas se desejarem tanto a ponto de não conseguirem parar de pensar uma na outra? De onde surge tanto desejo? Como e quando se inicia e de que forma ele vai embora? Existe por acaso algo mais irracional do que uma paixão arrebatadora que muitas das vezes nos faz perder a cabeça e agir de forma como jamais agiríamos racionalmente? Quantos homens e mulheres pelo mundo cometeram e cometem todos os dias verdadeiras loucuras em nome de um desejo como esse. Onde está a lógica, a racionalidade nisso tudo?
E ficaria extremamente agradecido a esses seres iluminados que estão imunes aos sentimentos se eles me explicassem de onde surge essa vontade avassaladora de estar perto, de ter pra si, essa coisa ao mesmo tempo pródiga e egoísta de se entregar por completo e querer o outro só pra si, de onde surge? Onde, em que região do cérebro nasce essa vontade enorme de querer bem, de fazer sorrir, e muitas das vezes ignorar a racionalidade, pois racionalmente falando o quadro pintado mostra que não pode dar certo, no entanto essa vontade irracional nos impele a seguir em frente assumir todos os riscos e pagar pra ver.
Tanto pragmatismo me irrita profundamente, não que eu seja hedonista e esteja defendendo a entrega completa aos sentidos e à satisfação de todas as paixões, não chego a tanto, pois creio também que o excesso, mesmo daquilo que é bom é prejudicial. No entanto fico me perguntando o que levou tais pessoas a agirem dessa forma, será que elas sabem mesmo o que falam? Será que já experimentaram tal sensação? Bem não tenho todas as respostas, e há muito tempo desisti disso, mas de uma coisa eu sei, não é possível reduzir a racionalidade aquilo que em sua essência nada tem de racional. Tais pessoas reduzem a vida a uma meia dúzia de necessidades que eles dizem básicas e esquecem que nós somos, como diriam os titãs, feitos de desejo, necessidade e vontade e precisamos de mais.

2 comentários:

  1. "Não temos muito o que pensar sobre o amor,o desejo,o sentir ..os impulsos emocionais.Como assim dito..são impulsos...que não se submetem..a nossa mediocre racionalidade,visto que se assim fosse...não teria o mesmo gosto"Não é??Rs..........Amei o texto..Parabéns!!Abrç...

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  2. Meu querido Arcanjo!

    Todo o universo tanto interior como exterior se dá no informe primeiro e consequentemente no mundo das formas...
    Às vezes muitos "por quês" vem dos questionamentos da racionalidade perdendo a essência...
    Lindo texto como todos q escreve.
    Bjsss

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